Entre as várias organizações que desempenham um trabalho fantástico e quase milagroso pelos animais, é impossível não destacar os Gorilla Doctors.
Trata-se
de uma equipa internacional de veterinários com um objetivo simples,
mas nem por isso fácil: salvar o gorila-das-montanhas e o
gorila-de-grauer da extinção.
A
equipa leva os cuidados médicos necessários aos gorilas que habitam
parques nacionais em Ruanda, Uganda e República Democrática do Congo e
ajuda a resgatar os bebês que ficaram órfãos por causa de caçadores
furtivos e traficantes.
(Gorila órfão num santuário em Ruanda)
O gorila-das-montanhas (Gorilla beringei beringei) está
limitado a 880 gorilas na natureza, mas se a situação parece má, na
verdade já foi muito pior. Em 1981, estimava-se a existência de apenas
254 gorilas.
A situação da espécie continua classificada pela IUCN como em perigo critico de extinção. Quanto ao gorila-de-grauer (Gorilla beringei graueri), a população desceu de cerca de 17 mil gorilas na década de 1990 para cerca de 5 mil gorilas em estimativas mais recentes. A guerra civil no Congo, a que se juntaram a desflorestação e mineração ilegal, contribuíram todos para esta queda. A IUCN classifica estes gorilas como em perigo de extinção.
(Auscultação da gorila Ndakasi pela Drª Jessica Magenwirth)
Um dos muitos perigos que os gorilas enfrentam são as doenças
contagiosas que seres humanos lhes pegam. Estima-se que as doenças
respiratórias de origem humana sejam responsáveis por cerca de 20% das
mortes nos gorilas-das-montanhas na África central.
Os contágios são agravados pela situação instável e conflituosa que
se vive no Congo. Por vezes a equipa não se consegue aproximar dos
animais – ou necessitam de acompanhamento militar da Organização das
Nações Unidas – uma vez que as facções rebeldes invadem e instalam-se no
habitat natural dos gorilas.
(Dois gorilas bebês descansam ao colo da mamãe gorila, no Congo)
Os habitantes locais, afetados pela pobreza, procuram as florestas
habitadas pelos gorilas e muitos outros animais a fim de obter recursos:
como água, madeira e carne de animais selvagens.
Os gorilas e
outros animais selvagens, são também vítimas de caçadores furtivos e
traficantes de animais exóticos. Muitos gorilas ficam órfãos em
resultado destes ataques, sendo acolhidos sempre que possível em dois
santuários dedicados a animais órfãos.
(Dr. Eddy Kambale com dois gorilas órfãos, Baraka e Isangi, no Senkwekwe Center)
Cuidar de um gorila órfão é uma tarefa que requer treino,
conhecimento e paciência: é preciso saber imitar as vocalizações dos
animais, saber como pegar neles ao colo para os acalmar e como os
encorajar a comer.
Tarefa difícil, perante animais que estão assustados, stressados e traumatizados, por aquilo que passaram e numa casa que não é a sua.
Para
conquistar a confiança dos pequenos órfãos, os tratadores até dormem ao
pé deles. Claro que depois de conquistada a confiança, começa a
brincadeira.
Muita brincadeira mesmo. Crianças são crianças!
(Dr. Noel e a pequena gorila Ihirwe)
Mas também há momentos de ternura, carinho e partilha. Os olhares não enganam.
(hirwe com o seu tratador)
(Drª Dawn Zimmerman com a pequena gorila Baraka)
(Dr. Martin Kabuyaya com o bebê gorila Isangi)
Saiba como ajudar os Gorilla Doctors, seja através de donativos ou da
adoção de um gorila – tornando-se seu guardião – através do site oficial do projeto "gorilladoctors.org". Acompanhe também este fantástico trabalho Facebook.
Fonte: mundodosanimais.pt